Uma ex-diretora financeira da OceanGate – empresa responsável pelo submarino Titan, que implodiu no mês passado, matando os cinco passageiros a bordo – disse que a companhia contratou “adolescentes” como engenheiros em determinado momento. A funcionária preferiu não se identificar em sua entrevista para The New York Times.
Ela disse que alguns dos engenheiros contratados estavam no final da adolescência ou no início dos 20 anos. E que eles chegavam a receber US$ 15 por hora.
A ex-diretora disse que pediu demissão depois que Stockton Rush, o CEO da OceanGate e uma das vítimas na tragédia envolvendo o submarino Titan, ofereceu o cargo de piloto-chefe da embarcação para ela, mesmo que sua formação fosse em contabilidade.
A vaga teria sido oferecida logo após a demissão do piloto originalmente contratado para isso, David Lochridge, depois que ele levantou preocupações sobre a segurança da embarcação.
Ela disse que sem Lochridge, ela não conseguiria trabalhar para Rush. “Eu não confiava nele.”
Investigação segue conforme dúvidas sobre a segurança do Titan aumentam
A investigação internacional sobre a implosão fatal do submersível Titan foi ampliada no final do mês passado, com a Polícia Real Montada do Canadá (RCMP, em inglês) dizendo que está investigando se “as leis criminais, federais ou provinciais podem ter sido violadas”.
Depois da confirmação da implosão do submarino, a OceanGate Expeditions passou a receber questionamentos sobre seus procedimentos de segurança e relatórios sobre problemas mecânicos, expedições canceladas e um suposto desrespeito aos processos regulatórios começaram a vir à tona.
O anúncio ocorre em meio a crescentes dúvidas sobre o design do Titan, incluindo o relato de um especialista em submersíveis que disse ter alertado o CEO da embarcação sobre questões de segurança após uma viagem anos atrás.
Quando Karl Stanley estava a bordo do Titan para uma excursão submarina na costa das Bahamas em abril de 2019, ele sentiu que havia algo errado com o navio quando ruídos altos foram ouvidos.
No dia seguinte à sua viagem, Stanley enviou um e-mail para Stockton Rush, CEO da operadora da embarcação, OceanGate Expeditions, alertando sobre suspeitas de defeitos.
“O que ouvimos, na minha opinião… soou como uma falha/defeito em uma área sendo afetada pelas tremendas pressões e sendo esmagada/danificada”, escreveu Stanley no e-mail, cuja cópia foi obtida pela CNN.
“Pela intensidade dos sons, o fato de nunca terem parado totalmente em profundidade e o fato de haver sons a cerca de 90 metros que indicavam um relaxamento da energia armazenada/indicaria que há uma área do casco que está quebrando/ficando esponjosa”, continuou Stanley.
FONTE’: Por CNN