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Sob a bandeira da intolerância

Em cerca de 70 países no mundo, a homossexualidade é considerada um crime – sendo que, em 9 deles, a punição é a morte

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Nem todos indivíduos LGBTQIA+ tem os direitos respeitados no mundo Abraham Gonzalez Fernandez/Getty Images

CIDADÃO, na sua definição mais literal, é aquele indivíduo que usufrui dos direitos civis e políticos de um Estado, e tem esses mesmos direitos garantidos e deveres a cumprir.

Pense você que, na qualidade de cidadão, tem muito cidadão do mundo que não se sente cidadão, não tem direitos garantidos e ainda se vê forçado a deixar o seu país ou conviver com o medo – literal – de morrer por serem quem são.

Essa é a realidade nada literal de milhares de pessoas da comunidade LGBTQIAP+. Gays, lésbicas, bissexuais, transexuais… que, num mundo e numa época onde se discute tanto a pluralidade e o respeito a todas as formas de sexualidade, vivem sob um pensamento tão singular: o da intolerância, isso porque não são aceitos em seus países de origem como são.

Em cerca de 70 países no mundo, por exemplo, a homossexualidade é considerada um crime – sendo que, em 9 deles, a punição é a morte. Motivo que faz com que muitas pessoas da comunidade LGBTQIAP+ sejam forçadas a deixar seu país e buscar refúgio em outra nação para se manterem vivas.

No Brasil, recentemente o governo resolveu simplificar os pedidos de refúgios das pessoas da comunidade LGBTI+ que aqui chegam. Uma medida que garante a sobrevivência e o recomeço de uma vida para muita gente. Mas nem todos podem ou conseguem deixar suas vidas para trás e tentar recomeçar bem longe do solo que não os tolera.

Daí, pense você como seria viver sob o medo constante de ser preso perpetuamente ou sofrer pena de morte caso cometa “atos homossexuais”? Realidade para alguns dos 48,5 milhões de pessoas que vivem em Uganda, país do continente africano.

Ou como seria ser considerado uma “ameaça” à família tradicional e viver sob o medo constante da futura imposição de um governo de extrema direita que propaga essa ideologia?

Para a comunidade LGBTQIAP+ da Polônia esse é um medo real. Motivo que, inclusive, levou para as ruas milhares de pessoas em protesto nas ruas de Varsóvia no último dia 17 de junho, em apoio a comunidade LGBTI+ e contra a reeleição de um governo extremista.

No Brasil, recentemente o governo resolveu simplificar os pedidos de refúgios das pessoas da comunidade LGBTI+ / Chuchart Duangdaw/Getty Images

E viver no país com uma das maiores economias do mundo e não ser totalmente protegido por uma lei que não tolere – de fato – a discriminação por conta da orientação sexual e identidade de gênero? Parece utopia mas não é.

É a polêmica mais recente do Japão que, aprovou um projeto de lei que diz que “não deve haver discriminação injusta” mas existe justiça ao discriminar alguém? Defina ‘discriminação justa’!

A conclusão para isso é só uma: intolerância.

Enquanto isso…

… em alguns outros países do mundo, é possível celebrar avanços. Caso da Polônia que aprovou nesta semana o casamento e a adoção de crianças entre pessoas do mesmo sexo. Com isso, os poloneses fazem história já que são o primeiro país a aprovar esse tipo de lei entre as antigas repúblicas da União Soviética.

… e, aqui no Brasil, apesar dos números da intolerância homofóbica ainda serem altos, aos poucos seguimos celebrando vitórias importantes, como a criminalização da LGBTfobia, os 10 anos do reconhecimento do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a alteração do nome e gênero no registro civil e que venham tantas ou mais conquistas para que ninguém precise não se sentir cidadão ou tenha que deixar o Brasil por não ser tolerado.

Que possamos viver – todxs – sob a bandeira da tolerância.

FONTE: Por CNN

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