Donald Trump começou a ser julgado nesta terça-feira (25) pelas acusações de estupro da jornalista E. Jean Carroll, que afirma que o ex-presidente dos Estados Unidos a agrediu sexualmente nos anos 1990. O processo foi iniciado com a seleção de jurados.
Carroll compareceu ao tribunal para o começo do processo. Esse não é um caso criminal, mas, sim, civil.
O suposto estupro aconteceu em 1995 ou 1996, portanto, o crime teria expirado. No entanto, em 24 de novembro de 2022, entrou em vigor em Nova York uma lei que permite que, durante um ano, vítimas de ataques sexuais apresentem ações na esfera civil.
Com base nesta lei, os advogados de Carroll apresentaram, então, uma ação na qual acusam Trump de “apalpá-la, tocá-la e estuprá-la”.
Entenda o caso
A escritora e ex-jornalista E. Jean Carroll diz que Trump a estuprou nos provadores de uma loja de Nova York.
Carroll, ex-colunista da revista Elle, afirma que o estupro aconteceu no provador da Bergdorf Goodman, em Nova York, em 1995 ou 1996.
Segundo a denunciante, o estupro aconteceu logo depois que Trump lhe pediu opinião para comprar uma lingerie de presente.
Carroll descreveu os fatos pela primeira vez em um livro que teve um trecho publicado pela revista New York em 2019.
Na época da publicação desse trecho na revista, Trump respondeu que não conhecia Carroll, que ela não era seu “tipo” e que estava “mentindo totalmente”.
Carroll processou Trump por difamação em 2019, mas não pôde incluir a acusação de estupro porque já havia expirado o prazo para apresentá-la (isso só aconteceria em 2022).
Trump também é acusado de difamação por uma mensagem em sua rede social Truth Social em outubro, na qual nega as acusações de estupro e se refere à Carroll como uma “vigarista completa”.
Portanto, ela processou Trump três vezes na Justiça civil: pelo estupro e duas vezes por difamação.
Dano psicológico
A ação civil pede indenizações por perdas e danos por “dor e sofrimento significativos, danos psicológicos e financeiros duradouros, perda da dignidade e autoestima e invasão de intimidade”. Também pede que Trump se retrate de seus comentários.
Cerca de dez mulheres já acusaram Trump de conduta sexual inapropriada. Ele sempre negou as acusações e nunca precisou responder por isso em um tribunal.
O caso Carroll não correrá na esfera penal, mas se Trump perder será, pela primeira vez, considerado legalmente responsável por uma acusação de agressão sexual.
O ex-presidente falou sob juramento no caso e não é esperado que preste depoimento como testemunha no julgamento, que pode durar de uma a duas semanas, já que os advogados de Carroll declararam que não tem a intenção de arrolá-lo.
Problemas legais de Trump
Trump, de 76 anos, enfrenta uma série de problemas legais que ameaçam suas aspirações de chegar novamente à Casa Branca nas eleições de 2024.
Além desse julgamento civil, há uma imputação penal contra o ex-presidente pela Procuradoria de Nova York por um suposto suborno de uma estrela pornô.
Trump é o primeiro presidente americano que já foi acusado criminalmente. No início de abril, um grande júri o acusou formalmente por 34 delitos pelo suposto pagamento oculto, em dinheiro, para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, na reta final da campanha eleitoral de 2016, sobre uma suposta relação que mantiveram uma década antes, que o ex-presidente sempre negou.
Ele também é investigado por tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 no estado da Geórgia(sul), por uma suposta má gestão de documentos oficiais retirados da Casa Branca e por um possível envolvimento no ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
FONTE: Por G1