Uma mulher é suspeita de se passar por uma médica e atuar por mais de uma semana no hospital de Parintins, no interior do Amazonas. Ela teria sido contratada pelo Secretaria de Estado de Saúde e mesmo sem estar habilitada, trabalhou na área de tratamento intensivo para recém-nascidos.
A mulher foi identificada como Maria Clara Feitosa. Segundo a denúncia, ela teria usado nome e a carteira de identidade médica de uma profissional registrada no estado de Pernambuco, após ser contratada para atuar no Hospital Jofre Cohen, em Parintins.
Mesmo sem ser habilitada para prestar serviços como médica, a suspeita teria atuado por cerca de 10 dias na área de neonatologia da unidade, ala onde os recém-nascidos recebem tratamento intensivo.
As denúncias sobre a atividade ilegal praticada pela mulher, vieram à tona nesta quarta-feira (15) após serem divulgadas pela vereadora Márcia Baranda.
Segundo ela, foram os profissionais do hospital que teriam percebido o comportamento estranho da médica.
De acordo com relatos de servidores da unidade que preferiram não gravar entrevistas, ela aparentava desconhecer procedimentos que deveriam ser do domínio de médicos especialistas em neonatologia, diagnósticos controversos e prescrições equivocadas teriam feito parte da rotina nos plantões da suspeita no hospital.
O secretário de saúde de Parintins, Clerton Florêncio Rodrigues, confirmou que a suspeita atuou no hospital da cidade, mas disse que a seleção e contratação da profissional foi responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, por meio de uma empresa terceirizada.
A vereadora que revelou as denúncias, contestou a Secretaria de Saúde e ressaltou que a falta de critérios mais rigorosos na seleção dos profissionais pode estar colocando vidas em risco.
Em nota, a Queiroz Serviços Médicos, responsável pela contratação, informou que a suspeita prestou serviço em breve espaço de tempo e não possui mais vínculo. A empresa ainda apontou que está levantando provas para eventual constatação da irregularidade e caso haja a confirmação, tomará as providências cabíveis.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CREMAM) apontou que vai apurar a veracidade da denúncia e se confirmado os fatos, irá solicitar a Polícia Federal para as providências cabíveis.
A Rede Amazônica entrou em contato com a defesa de Maria Clara Feitosa e aguarda retorno. Ainda em novembro ela teria deixado o hospital e não foi mais vista em Parintins.
A SES-AM informou que tomou conhecimento da denúncia sobre a falsa médica em outubro do ano passado, quando prontamente pediu o afastamento dela pela empresa contratante, o que ocorreu imediatamente.
Ainda conforme o órgão, a empresa é a responsável pela contratação de médicos de diferentes especialidades e outros profissionais na unidade de saúde.
Por fim, a SES-AM ressalta que sempre prezou pela legalidade e transparência de seus atos com o intuito de cumprir a nobre missão de zelar pelo interesse público e que está tomando todas as providências legais junto a empresa contratante.
FONTE: Por G1 AM