A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) solicitou a prisão preventiva de Leonardo Oliveira Santos, de 21 anos, motorista que atropelou e causou a morte da auxiliar de serviços gerais Andrea Trindade, na segunda-feira (26), em Manaus. Ele deixou o local do acidente sem prestar socorro à vitima. O g1 tenta contato com a defesa do motorista.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), o processo chegou ao sistema judiciário na tarde de quarta (28) e ainda não havia decisão até as 14h desta quinta (29).
Leonardo compareceu à Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deat), na terça-feira (27), para prestar esclarecimentos, mas foi liberado por estar fora do período de flagrante.
Em depoimento, o rapaz informou que dormiu no momento do acidente, e negou que estivesse alcoolizado. Ele também afirmou que só descobriu que havia atropelado uma pessoas quando chegou em casa (leia mais abaixo).
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que Leonardo foi indiciado por homicídio simples e lesão corporal com acidente de trânsito, e que foi representada à Justiça pela prisão preventiva de Leonardo.
Na manhã desta quinta, familiares e amigos de Andrea realizaram uma manifestação em frente ao Fórum Henoch Reis, Zona Centro-Sul da capital, para cobrar que um mandado de prisão em nome de Leonardo seja decretado.
À polícia, o jovem relatou que havia passado a noite na casa de amigos, mas disse que não ingeriu bebidas alcoólicas. De acordo com ele, o acidente teria sido causado porque ele cochilou no volante.
“[Leonardo] disse que estava na casa de amigos e que chegou no dia 25/12/2022, por volta das 17h00min, permanecendo até o dia seguinte pela manha do 26/12/2022; Disse que permaneceu na casa desse amigo toda noite e não fez uso de bebidas alcoólicas pois não é dado a uso dessas bebidas; disse que acordou com o despertador de seu celular que é programado para acorda-lo cedo e em seguida deslocar-se ao seu local de trabalho e que nesse dia iria faze-lo; Disse que em razão de um certo cansaço, dormiu ao volante antes do ocorrido”, diz trecho do depoimento.
Leonardo contou que chegou a acordar após o acidente, mas não teria percebido que havia atropelado uma pessoa, e, por isso, seguiu o seu percurso.
“Disse que após a colisão acordou com o impacto mas não conseguiu deduzir o que era realmente ocorrera, razão pela qual continuou seu percurso; Disse que em razão disso foi que prosseguiu sua trajetória deslocando-se para a sua residência, não imaginando o que tinha ocorrido, e que tal fato só fora conhecido após seu pai o comunicar-lhe; disse que em razão do impacto sofreu uma lesão no braço direito, fato que o obrigou a comparecer a uma unidade hospitalar, onde após avaliação medica foi imobilizado com gesso seu braço direito”
Entretanto, essa versão entra em contradição com o que foi relato pelo marido da vítima, Edson Reis, que também estava no local do acidente. À polícia, Edson informou que o condutor da picape teria ficado parado por “um ou dois minutos” a pouco metros do acidente, e foi embora sem prestar socorro.
Ainda durante o depoimento, o jovem também declarou que está disposto a realizar exames toxicológicos para provar que não estava sob o efeito de álcool ou qualquer outro entorpecente durante o acidente.
“Disse que está disposto a fazer qualquer tipo de exame clinico (toxicológico) para provar que não faz uso de bebidas alcoólicas ou qualquer tipo entorpecentes; disse que encontra-se bastante abalado com o que ocorreu e que esta fatalidade deu-se em função de um cansaço físico e mental, que o deixou momentaneamente inconsciente antes do acidente; Disse que em razão de possuir endereço e trabalho fixo, está disposto a colaborar com toda investigação policial, assim como auxiliar no que for necessário para ajudar familiares da vítima.”, relata o documento.
Acidente
Andréa Trindade morreu após a picape invadir um ponto de ônibus, na Avenida Coronel Teixeira, na altura do bairro Santo Agostinho, Zona Oeste de Manaus, na manhã de segunda-feira (26). A vítima pegaria um coletivo para ir ao trabalho.
O acidente ocorreu por volta das 6h, no sentido Ponta Negra/São Jorge, Santo Agostinho. De acordo com testemunhas, a vítima foi arremessada contra um poste após ser atingida pelo veículo.
No momento do acidente, a mulher estava acompanhada do marido. Os dois tinham estacionado uma motocicleta do outro lado da avenida e atravessado a via, para que ela esperasse o transporte coletivo na parada. Do ponto de ônibus, a vítima seguiria para o trabalho.
Enquanto os dois aguardavam a chegada do ônibus, a picape invadiu a parada, atingindo a mulher. Ela morreu no local.
Com o impacto do acidente, uma placa de publicidade do ponto de ônibus ficou destruída. O marido da vítima teve escoriações pelo corpo e foi levado para um hospital.
Câmeras de segurança registraram o momento do acidente.
FONTE: Por G1 AM