O primeiro dia de Festival Literário de Manaus (Flim), reuniu mais de 300 escritores, estudantes e amantes da leitura, no teatro Gebes Medeiros, na Avenida Eduardo Ribeiro, Centro de Manaus, nesta quinta-feira (15). O evento segue até sexta-feira (16), com o intuito de colocar a capital amazonense na rota das festas e festivais literários do país.
Na abertura oficial, o presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, deu as boas-vindas aos palestrantes, escritores, estudantes, convidados e participantes, e destacou a importância da realização do festival pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
“A motivação inicial é colaborar com o encantamento da sociedade pela leitura e também incentivar os jovens no interesse pelo ofício da palavra e da literatura. Faz parte igualmente da estratégia turística de colocar Manaus no roteiro dos eventos literários nacionais, bem como a promoção da cultura do livro entre nós como caminho para a elevação espiritual das novas gerações”, disse o presidente.
A vice-presidente da Manauscult, Oreni Braga, pontuou que a partir desse novo projeto da prefeitura, a cidade cada vez mais vai se consolidando, e se fortalece na área da literatura.
“Hoje estamos quebrando paradigmas, realizando esse grande festival que envolve cultura e turismo. Isso é inédito, com isso, consolidamos ainda mais a literatura da nossa cidade”, afirmou.
O presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL), Aristóteles Alencar, destacou a união das instituições para a realização do evento literário.
“Nesse pós-pandemia, um evento dessa magnitude é extremamente importante. Nós temos um volume de cultura muito grande gerado aqui no Amazonas, em termos de poesia, de literatura, de música, de teatro e esse festival vem agregar”, comentou.
Palestras
A conferência de abertura foi feita pelo escritor paraense, ensaísta e poeta, João de Jesus Paes Loureiro, um dos maiores estudiosos e pensadores da cultura amazônida, com o tema, “O Universo Mítico e o Lendário Amazônico e a Criação de uma Literatura Cosmogônica”, onde abordou o mito na formação da literatura amazônida.
Ele ressaltou a importância estratégica para a cultura da literatura desse tipo de evento, em primeiro lugar, por ser uma valorização do livro do autor e do leitor, uma vez que reúne num evento dois polos fundamentais da questão da literatura, e também a presença de editores, porque são os editores que permitem que haja essa ponte entre o escritor e o leitor.
“Mas, o principal é que esta é essa grande festa do livro aqui em Manaus. Não é apenas uma coisa decorativa, uma coisa apenas formal, ela dá uma consciência de defesa da cultura da terra, de defesa dos autores, de defesa de uma compreensão da cultura amazônica do seu imaginário como coisa de valor universal. O que precisa ser reconhecido”, finaliza.
Na primeira mesa da manhã, os escritores Elson Farias e José Almerindo, debateram sobre “A Literatura no Amazonas – A Presença da Paisagem como Expressão Literária”. A mediação foi da professora Francisca de Lourdes Louro.
Pela parte da tarde, com a lotação completa e forte participação do público, foi reservado para as vivências literárias quando os escritores contaram como os livros os tornaram profissionais da escrita, com depoimentos e debates de nomes marcantes para a literatura amazonense: Márcio Souza, Elson Farias, Leyla Leong, João de Jesus Paes Loureiro, Aldísio Filgueiras, Allisson Leão, com mediação de Dori Carvalho e Carlos Guedelha.
FONTE: Por G1 AM