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Técnico do Irã diz que jogadores podem protestar na Copa seguindo regras da Fifa

Carlos Queiroz ainda discutiu com um jornalista inglês sobre o direito das mulheres no país em que defende

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Técnico Carlos Queiroz 25/3/2022 REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

O técnico da seleção de futebol masculino do Irã afirmou que seus jogadores podem protestar enquanto estiverem na Copa do Mundo no Catar, desde que esses protestos não infrinjam as regras da Fifa.

Carlos Queiroz fez esses comentários numa entrevista coletiva em Doha, no Catar, na terça-feira (15).

De acordo com a Reuters, Queiroz declarou: “Os jogadores são livres para protestar como o fariam se fossem de qualquer outro país, desde que isso esteja de acordo com os regulamentos da Copa do Mundo e dentro do espírito do jogo”.

“Todo mundo tem o direito de se expressar”, continuou. “Vocês estão habituados a se ajoelhar nos jogos, e algumas pessoas concordam, outras não, e no Irã acontece exatamente o mesmo”.

Ainda segundo a Reuters, durante a entrevista coletiva Queiroz se envolveu numa discussão acalorada com um repórter do canal britânico Sky, que perguntou: “Tudo bem para você representar na Copa do Mundo um país como o Irã, que reprime os direitos das mulheres?”

O treinador português respondeu: “Quanto você está me pagando para responder a essa pergunta?… Não coloque palavras na minha boca”.

“Acho também que você deveria começar a pensar no que aconteceu com os imigrantes na Inglaterra. Pense nisso”.

O Irã tem sido abalado por protestos contra o regime desde setembro, na maior manifestação de dissidência dos últimos anos.

A revolta foi provocada pela indignação após a morte de Mahsa Amini, uma mulher curda iraniana de 22 anos detida pela polícia da moralidade pelo suposto uso inadequado do véu, o hijab.

Desde então, as autoridades iranianas iniciaram uma repressão brutal contra os manifestantes, tendo acusado pelo menos mil pessoas na província de Teerã por seu suposto envolvimento.

As forças de segurança mataram pelo menos 326 pessoas desde que os protestos começaram há dois meses, de acordo com a ONG Direitos Humanos do Irã, sediada na Noruega.

Queiroz convocou o astro Sardar Azmoun para integrar a seleção do país na próxima Copa do Mundo, apesar de seus comentários públicos de apoio aos protestos contra o governo. Azmoun fez diversos posts nas redes sociais em apoio às manifestações lideradas por mulheres.

O veículo de notícias de oposição Iranwire reportou que Queiroz havia recebido pressão do Ministério do Esporte do Irã contra a convocação de Azmoun.

O Irã começa sua campanha na Copa do Mundo na segunda-feira (21) contra a Inglaterra. O objetivo do país é passar da primeira fase pela primeira vez em sua história.

FONTE: Por CNN

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