Os tribunais do Irã vão lidar com firmeza com qualquer pessoa que cause perturbação ou cometa crimes durante uma onda de protestos contra o governo, disse o Judiciário nesta terça-feira, sinalizando que as autoridades pretendem aplicar sentenças severas aos manifestantes condenados.
Um dos maiores desafios para os líderes clericais do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, as manifestações já duram oito semanas, apesar das duras medidas de segurança e das advertências das forças de segurança.
Mais de 1.000 pessoas foram indiciadas apenas na província de Teerã em conexão com o que o governo chama de distúrbios.
“Agora, o público, mesmo os manifestantes que não apoiam os tumultos, exigem do judiciário e das instituições de segurança que lidem com as poucas pessoas que causaram distúrbios de maneira firme, dissuasiva e legal”, disse o porta-voz do Judiciário, Masoud Setayeshi.
As manifestações contra o governo eclodiram em setembro após a morte da mulher curda Mahsa Amini, que havia sido detida pela polícia da moralidade por supostamente desrespeitar o rígido código de vestimenta da República Islâmica imposto às mulheres.
Nesta terça-feira, estudantes da Universidade de Ciência e Cultura de Teerã dirigiram sua raiva à Guarda Revolucionária e aos governantes clericais.
A agência de notícias ativista HRANA disse que 321 manifestantes foram mortos nos atos até segunda-feira, incluindo 50 menores. Trinta e oito membros das forças de segurança também foram mortos, acrescentou.
A mídia estatal disse no mês passado que mais de 46 membros das forças de segurança, incluindo policiais, foram mortos. Autoridades do governo não forneceram uma estimativa sobre contagem de mortes.
FONTE: Por REUTERS/Foto:West Asia News Agency/Reuters