O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, ampliou o número de cidades do Amazonas que vão receber agentes da Força Nacional durante o 2º turno das Eleições Gerais, que acontece neste domingo (30).
A decisão veio após um pedido da coligação ‘Em defesa da vida’, do candidato Eduardo Braga (MDB). Segundo a defesa da coligação, há denúncias de nomeações de pessoas que estariam na escala para coordenarem ações em municípios do interior do estado, mas que não integram as forças de segurança pública. (Veja mais abaixo).
Segundo o ministro, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) já havia solicitado reforço na segurança para 32 municípios. No entanto, após o pedido da coligação, o número de municípios foi ampliado.
“Com essas considerações, determino, em acréscimo ao PA 0602392-72.2022.6.04.0000 o apoio de Forças Federais, aos municípios de Autazes; Manacapuru, Anamã; Caapiranga; Carauari; Manaquiri; Careiro; Careiro da Várzea; Jutaí; Itapiranga; Presidente Figueiredo; Apuí e Novo Airão”, determinou.
O ministro também disse que a segurança dos eleitores não pode ficar à mercê de disputas locais:
“A segurança dos eleitores, também de responsabilidade da Justiça Eleitoral, não pode ficar à mercê de interesses ou disputas locais, razão porque, de forma excepcional, cabe a atuação do TSE para reforçar e apoiar o Tribunal de origem na preservação de um ambiente pacífico e seguro aos eleitores do Estado”, falou.
Coligação denuncia uso da PM
A Coligação ‘Em Defesa da Vida’ pediu que o TSE reforçasse a segurança no pleito, após receber informações de que mais de 90 pessoas, sem qualquer relação com a polícia ou segurança pública, foram nomeadas para coordenar as forças de segurança em municípios no interior do estado.
Segundo a campanha de Eduardo Braga, os nomeados são ligados ao governador Wilson Lima (União Brasil) e o candidato à vice, Tadeu de Souza (Avante).
“Na última quarta-feira (26), foi publicado dentro de um boletim interno da PM, a estruturação dos oficiais que iriam supervisionar, fazer a garantia da lei e da ordem, em todas as cidades do estado. E havia uma tabela, numa espécie de diário oficial que indicava o oficial, qual cidade iria e qual o coordenador dele, como se fosse a autoridade local para dar ordens ou interagir com essa pessoa”, afirmou um dos advogados da coligação, Guilherme Gonçalves.
Segundo a coligação, o documento trazia os nomes de pessoas que iam coordenar a segurança pública nas cidades. No entanto, os nomes, além de não terem ligação com as forças de segurança, estariam ligados à campanha do governador.
“Descobrimos que, onde o prefeito era declaradamente ligado à campanha do atual governador, o prefeito era essa autoridade. Onde o prefeito não é aliado ao governador, eram colocadas lideranças, vereadores, cabos eleitorais, sem nenhuma relação com o poder público municipal, com a justiça eleitoral. Parecia uma espécie de esquema de fiscalização da campanha de Wilson Lima”, disse o advogado..
A campanha disse também que, além de solicitar o reforço na segurança no dia do pleito, ao próprio presidente do TSE, também entrou com uma ação no TRE-AM para apurar o abuso de poder político na campanha de Lima.
A Rede Amazônica entrou em contato com a Polícia Militar para apurar as denúncias feitas contra o órgão, pela coligação, mas até a publicação da matéria não obteve resposta.
FONTE: Por G1 AM/ Foto:Divulgação/MJSP