O Corpo de Bombeiros realizou, nesta terça-feira (4), o sétimo dia de buscas na região onde a ponte sobre o Rio Curuçá, na BR-319, no Amazonas, desabou. A tragédia deixou, pelo menos, quatro mortos e 14 ficaram feridos.
O acidente aconteceu na manhã de quarta-feira (28). Veículos faziam a travessia da ponte sobre o rio Curuçá quando a estrutura desabou, por volta das 8h (horário local, 9h no horário de Brasília). Pelo menos, 12 veículos afundaram com o desabamento da ponte.
Conforme o comitê de resposta rápida, montado pelo governo estadual, as equipes de resgate procuram por uma pessoa desaparecida, antes o número seria de até 15. Os dados foram atualizados conforme o registros de famílias feitos pela Secretaria de Assistência Social (Seas).
Na sexta (30), dois dias depois do desabamento, a equipe da Seas atendeu familiares de três pessoas que eram apontadas como desaparecidas. Uma delas foi localizada sem vida na quinta (29), era Darliene Nunes.
Nesta segunda (3), uma mulher, que havia sido dada como desaparecida, fez contato com a família e informou que, ao longo de todo esse tempo, estava em Autazes, cidade vizinha de onde aconteceu a tragédia. Portanto, a Seas descartou que mulher entre as vítimas do acidente.
Com isso, as equipes de busca se concentram na localização de um homem identificado como João Nascimento Fernandes, de 58 anos.
Bombeiros e a Marinha do Brasil vasculharam novamente a área em busca do desaparecido, e também trabalham para que um veículo com carga de 60 toneladas seja retirado do fundo do rio.
As equipes também realizam um trabalho manual de ancoragem, através de um cabo de aço fornecido pelo Departamento Nacional de Transporte e Infraestrutura (Dnit). A retirada da estrutura é necessária para ampliar o campo de busca pelo desaparecido e, também, para que o trabalho das equipes seja feito em segurança.
O Corpo de Bombeiros disse ainda que solicitou ao Dnit, responsável pela construção, manutenção e fiscalização da área, um guindaste para que a carreta seja retirada do rio. Porém, em decisão conjunta com o Dnit, o içamento do material só será possível após a área estar estável, uma vez que há o risco de o local não suportar o peso do guindaste.
Sétimo dia de buscas
Nesta terça-feira (4), os bombeiros tentaram, mais uma vez, retirar a carreta do rio utilizando dois cabos de aço, com aproximadamente 39 toneladas, que foram puxados por tratores. Mas, até o início da tarde não tiveram sucesso com o procedimento.
Além disso, oito veículos foram içados. Uma carreta que transportava 200 sacos de cimento e um rolo compressor segue submersa, com uma carga de cerca de 60 toneladas. Equipes do DNIT estudam o envio de um guindaste após estabilização do solo.
Ponte e Deck de madeira serão construídos
Segundo o governo do estado, o Dnit, assumiu o compromisso de construir uma ponte e decks de madeira para proporcionar mais segurança aos passageiros que necessitam fazer traslado na área interditada pelo acidente.
A medida foi decidida pelo Comitê de Resposta Rápida, após a identificação de fissuras na atual área utilizada pelos pedestres, sob risco de desmoronamento. A recomendação é que as pessoas evitem fazer a travessia na área.
A expectativa é que, após a construção, o translado de passageiros seja deslocado para um terreno mais seguro, explicou o coordenador técnico administrativo da Defesa Civil, tenente-coronel Adson Ferreira.
“Existe uma área no lado do Careiro Castanho, pela qual nós estamos acessando, que apresenta uma fissura, então nós estamos nos preparando, nos precavendo, para que não fiquemos sob risco de desmoronamento. Nós vamos iniciar a construção de uma ponte de madeira com apoio do DNIT, estamos conseguindo o material através de apreensões junto a Polícia Federal, para que as pessoas que transitem de um lado para outro fazendo uso dessa ponte de madeira, com mais segurança”, ressaltou.
Desde a quinta-feira (29), a Defesa Civil do Amazonas enviou cinco lanchas para auxiliar no translado de passageiros. A força-tarefa funciona das 05h às 19h, de forma gratuita, garantindo o direito de ir e vir da população.
Enquanto isso, o Dnit e Exército deram início aos trabalhos de infraestrutura nas cabeceiras da ponte. Neste momento, as equipes realizam trabalhos topográfico e adaptação da área de acampamento para entrada do maquinário.
Quem são os mortos?
O desabamento da ponte deixou, pelo menos, quatro pessoas mortas, todos as vítimas foram sepultadas até esta sexta. São elas:
- Maria Viana Cordeiro, de 66 anos, servidora aposentada da Prefeitura de Manaus;
- O motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos;
- O cirurgião-dentista Rômulo Augusto de Morais Pereira, de 36 anos;
- A autônoma Darliene Nunes Cunha, de 25 anos;
Investigações
A Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) se mobilizaram para apurar as causas e identificar os responsáveis pelo desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá.
FONTE:Por G1 AM/Foto: CBMAM