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Colômbia nega ter mandado matar Dom e Bruno e diz ter ‘relação comercial’ com pescadores no AM, segundo delegado

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Uma vigília foi realizada em São Paulo no dia 23 de junho para homenagear Bruno Pereira e Dom Phillips — Foto: Carla Carniel/Reuters

O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, informou nesta sexta-feira (8) que Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, negou envolvimento nas mortes do indigenista Bruno Pereiro e do jornalista Dom Phillips. Em depoimento na quinta-feira (7), o suspeito disse que tem apenas “relação comercial’ com pescadores da região. Há suspeita de que o crime tenha relação com a pesca ilegal.

Durante coletiva de imprensa realizada na sede da PF-AM em Manaus, o delegado explicou que Colômbia compareceu espontaneamente à sede da Polícia Federal em Tabatinga, cidade que fica perto de Atalaia do Norte, região onde Bruno e Dom foram mortos.

Segundo informações obtidas com exclusividade pela Rede Amazônica, ele foi até a delegacia para afirmar que não teria envolvimento com os assassinatos do indigenista e do jornalista.

“”Ele nega veementemente qualquer participação no crime [envolvendo o duplo homicídio de Bruno e Dom]”, afirmou o delegado.

Entretanto, no momento da identificação na delegacia, os agentes constataram que o documento apresentado por “Colômbia” era falso. Ainda de acordo com fontes da PF, Rubens Villar teria pelo menos mais dois documentos falsos, um do Brasil e outro da Colômbia.

Fontes da Polícia Federal (PF) afirmam que Jeferson da Silva Lima e os irmãos Amarildo e Oseney da Costa de Oliveira, presos suspeitos de envolvimento nas mortes do indigenista e do jornalista, e os cinco indiciados na ocultação dos cadáveres seriam empregados de Colômbia.

No entanto, segundo a PF, o homem afirma que possui apenas relações comerciais com pescadores da região, e também nega relação com a pesca ilegal.

“Ele diz que compra pescados que são lícitos, e que possui uma relação comercial com alguns pescadores ali da região. Então, estamos apurando se existe apenas uma relação comercial, ou se há pesca ilegal onde ele efetivamente participa e financia. Então, tudo isso é objeto de investigação que está em andamento”, disse Fontes.

Embora relatos de moradores da região indiquem que Colômbia possa ser mandante dos assasinatos de Bruno e Dom, na coletiva desta sexta, o delegado da PF não confirmou a informação nem apontou um possível mandante.

Bruno e Dom foram mortos no dia 5 de junho, em Atalaia do Norte. Até o momento, apenas Amarildo, Oseney e Jeferson estão presos suspeitos de participação direta no duplo homicídio. Amarildo e Jeferson já confessaram o crime à PF e Polícia Civil do Amazonas.

Nesta sexta, o delegado da PF-AM afirmou que as investigações do caso continuam. Em entrevista à Rede Amazônica, Alexandre Fontes já afirmou que o crime pode ter um mandante.

Pesca ilegal

O nome de “Colômbia” vem sendo citado por moradores desde o início das investigações do caso. Há relatos de que ele é chefe de uma quadrilha de pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari, que tem parte do território dentro da cidade de Atalaia do Norte.

Amarildo, a família dele e Jeferson são pescadores na região, e há suspeita de que os assassinatos de Bruno e Dom tenham relação direta com a pesca ilegal, já que o indigenista combatia crimes ligados ao meio ambiente no Vale do Javari.

Reconstituição do crime

Ao longo da semana passada, a PF e a PC realizaram a reconstituição dos fatos relacionados ao crime.

Durante os trabalhos, Amarildo e Jeferson foram levados à casa de Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, irmão de Amarildo. A residência fica perto da área onde os corpos de Bruno e Dom foram encontrados.

Também há relatos da participação de uma testemunha no segundo dia de reconstituição. Na ocasião, os peritos refizeram o momento em que Amarildo e Jeferson perseguiram e alcançaram a lancha que transportava Bruno e Dom, no Rio Itacoaí, e atiraram nas vítimas.

Jeferson também foi levado novamente ao local para a continuidade da reconstituição. Em entrevista à Rede Amazônica, o delegado Domingos Sávio Pinzon, da Polícia Federal, disse também na quinta, que todos os autores que já confessaram o crime serão levados até os locais onde ocorreram os fatos.

Polícias investigam se canoas foram usadas para transportar os corpos de Bruno e Dom. — Foto: PF/Divulgação
Polícias investigam se canoas foram usadas para transportar os corpos de Bruno e Dom. — Foto: PF/Divulgação

“No inquérito policial temos confissões dos autores dos homicídios e também confissão dos autores do crime de ocultação de cadáver. Todos esses suspeitos que já confessaram serão levados ao local dos fatos para que a reconstituição seja realizada”, disse.

A reconstituição foi concluída no domingo (3).

FONTE: Por G1 AM

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