Região tem dunas de areia, fervedouros e cachoeiras de água cristalina. Estradas de difícil acesso são desafio e passeios precisam estar acompanhados de guias locais.
No coração do Brasil, o Tocantins guarda um tesouro turístico que agora está sendo descoberto pelos brasileiros. Nos últimos dez anos, o Jalapão se tornou um ponto de atenção para os amantes do turismo de aventura e na natureza.
Quem visita a região encontra, além de muita beleza, desafios. Os nativos costumam brincar que o “Jalapão não é para amadores” por causa das dificuldades impostas pelo terreno e pela falta de infraestrutura. A frase encontra algum respaldo na realidade, já que grande parte das viagens para a região é feita por agências especializadas.
Como chegar?
Para quem é de fora do Tocantins, o meio mais rápido de chegar ao parque é pegando um voo até Palmas e, então, seguindo caminho pelas estradas. As atrações do Jalapão ficam em um circuito que, completo, tem aproximadamente 650 quilômetros e pode ser percorrido em duas direções:
- Saindo de Palmas pela TO-030 e seguindo até a cidade de Ponte Alta do Tocantins. De lá, explorando as atrações do Jalapão no sentido Mateiros – São Félix – Novo Acordo
- Saindo de Palmas pela TO-010 e seguindo até a cidade de Novo Acordo. De lá, explorando o Jalapão no sentido São Félix – Mateiros – Ponte Alta
Nos dois casos, o asfalto termina na primeira cidade do roteiro. As estradas internas do Jalapão são de terra e exigem veículo com tração nas quatro rodas. É comum encontrar carros atolados na época de chuvas ou presos na areia quando o tempo está seco.
Quem não tem carro próprio 4×4 pode alugar um em Palmas ou viajar acompanhado por uma agência de turismo. Não é recomendado o uso de carros de passeio na região, uma vez que não há oficinas na estrada e a chegada do socorro pode levar várias horas em caso de problemas.
Quais as atrações?
Os passeios do Jalapão incluem principalmente cachoeiras, fervedouros e formações geográficas curiosas. Há ainda visitas que podem ser feitas à comunidades quilombolas e eventos culturais, como a Festa da Colheita do Capim Dourado.
Entre as cachoeiras, se destacam a da Velha (administrada pelo governo do estado) e a do Formiga, que está em uma área particular.
Na cachoeira da Velha, não há cobrança da entrada, mas atualmente a visitação só pode ser feita com o acompanhamento de guias cadastrados e em quantidade limitada por causa da pandemia. Os guias são pagos e, normalmente, colocam o passeio dentro de pacotes. No local, não é possível nadar e o destaque fica para o tamanho da cascata e a força da água. Há um mirante para tirar fotos.
Já na cachoeira do Formiga, é permitido mergulhar e o show fica por conta da coloração azul-esverdeado da água. A visitação pode ser feita tanto com os guias como por turistas particulares. O preço da entrada pode variar conforme a época do ano, mas fica na média de R$ 20 por pessoa. Há ainda a opção de acampar no local.
O Jalapão tem dezenas de fervedouros que podem ser visitados. São pequenas piscinas naturais formadas nas nascentes dos córregos da região. A água vem do subsolo com grande pressão e, por isso, é impossível afundar em um fervedouro. A cor da água, que, em geral, é ou azulada ou transparente, cria cenários únicos. Entre os mais conhecidos estão o Bela Vista, Alecrim, das Macaúbas e do Buriti.
Em geral, os fervedouros ficam dentro de propriedades particulares e cobram taxa de entrada. Os valores vão de R$ 15 a R$ 30, variando no período de alta demanda, como em feriados ou no Carnaval. É comum haver fila de espera e, por isso, o tempo dentro do fervedouro costuma ser limitado a banhos de 10, 15 ou 20 minutos. Os viajantes particulares podem entrar, mas, em alguns dos locais, os turistas acompanhados por agências têm prioridade nas filas.
Entre as formações icônicas do Jalapão, estão as dunas, a serra do Espírito Santo e a Pedra Furada. Nas dunas e na serra, a administração é do governo e as regras são iguais às da cachoeira da Velha: sem cobrança de entrada, mas o acesso é restrito a turistas acompanhados por guias. Já a Pedra Furada fica dentro de um propriedade particular e não tem cobrança de entrada.
Onde ficar hospedado?
Por ser um circuito, o mais recomendado é que o turista vá parando ao longo dos dias da viagem e dormindo em locais próximos das atrações que vai visitar. As principais bases são as cidades de Mateiros e São Félix, que ficam mais próximas dos principais pontos turísticos.
Os dois municípios têm pousadas, albergues, casas de temporada e áreas de camping disponíveis nos principais buscadores de hospedagem da internet. O valor das diárias é variado, com ofertas a partir de R$ 50 a noite para o acampamento, chegando a mais de R$ 500 a diária para uma casa de temporada. Para quem viaja por uma agência de turismo, a hospedagem fica inclusa no pacote de serviços.
Quanto custa?
O preço de uma viagem ao Jalapão varia muito conforme o tempo de que o turista dispõe e o número de passeios que pretende fazer. Para quem viaja de forma independente, o preço de uma diária de hospedagem pode ir de R$ 50, nas acomodações em acampamentos, a até mais de R$ 500, para o aluguel de casas inteiras.
O valor da entrada nas atrações também varia, de R$ 15 a R$ 40, em épocas de alta demanda. O custo deve ser calculado de acordo com a quantidade de passeios que o visitante quer fazer por dia. Os custos de aluguel de veículo e de combustível variam conforme a época do ano.
Outro fator a ser considerado é o custo da alimentação. Na região, há poucos restaurantes que servem refeições por quilo. A maioria cobra uma taxa única (geralmente entre R$ 35 e R$ 45) e o cliente pode comer à vontade.
As agências mais conhecidas costumam oferecer pacotes de viagem que incluem transporte, hospedagem, entrada nas atrações e alimentação. O padrão das acomodações e a quantidade de pessoas no grupo influenciam nos valores.
FONTE: Por G1