Mais de cinco mil passageiros desembarcam nos portos do Rio e de Santos; Anvisa já contabiliza 97 casos de Covid-19 nas duas últimas embarcações em circulação
Nesta quinta-feira (6), se encerram as operações dos últimos dois navios que ainda estavam em alto mar após a suspensão voluntária das viagens anunciada pelas companhias. Mais de cinco mil passageiros desembarcam nos portos do Rio de Janeiro e de Santos nesta manhã.
O número de casos positivos de Covid-19 nas duas embarcações reportados até agora pelas empresas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já chega a 97, entre passageiros e tripulantes.
O navio MSC Seaside, que aporta no porto de Santos, em São Paulo, tem o maior número de casos: 65 casos positivos entre os tripulantes e 25 entre os passageiros. Já o Costa Fascinosa, que chega à capital fluminense, o número é menor: são 2 casos de Covid-19 entre os tripulantes e 5 entre os passageiros.
Segundo a Anvisa, o cenário epidemiológico das duas embarcações é classificado como nível 3, ou seja, quando há um ou mais casos de Covid-19 entre a tripulação ou quando os casos relatados entre o total de passageiros é igual ou maior que 0,1% .
As companhias de cruzeiros devem registrar um prejuízo milionário em função da suspensão temporária das operações no Brasil até 21 de janeiro por conta de surtos de Covid-19. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a pedido da CNN, mostra que o setor deve ter um prejuízo de aproximadamente R$ 45 milhões no período.
A interrupção das viagens já programadas afetou cerca de 45 mil pessoas, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil). De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), as companhias devem oferecer um crédito ou devolver o valor da viagem aos consumidores.
De acordo a Clia, apenas 30% das viagens previstas para a temporada, que começou em novembro, foram realizadas. A associação já começou uma rodada de negociação com autoridades sanitárias e o governo federal para discutir o retorno das viagens de cruzeiros pelo país. Mas a data ainda não foi definida.
Em nota, a entidade que representa as companhias de cruzeiros informou que não há possibilidade de antecipar o retorno das operações para antes do dia 22 de janeiro, mesmo com o acordo em torno dos protocolos, e também não prevê estender a temporada para além de meados de abril, quando os navios de cruzeiros retornarão para a Europa. Enquanto eles não puderem circular, as cinco embarcações permanecerão atracadas no porto de Santos.
Desembarque antecipado
O navio de cruzeiro MSC Preziosa antecipou em quatro dias o término da viagem. Previsto para atracar somente no dia 9 de janeiro, a embarcação chegou à cidade do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (5), com 2.500 passageiros. Segundo roteiro inicial, estavam previstas paradas nos portos de Maceió e Salvador. Mas a companhia informou que devido aos desastres naturais que afetaram a Bahia recentemente, os portos ficaram indisponíveis e o navio teve que retornar ao Rio de Janeiro antes do previsto.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária foram reportados 25 casos de Covid-19 entre os tripulantes e oito entre os passageiros.
