Ato aconteceu na Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé, na Compensa.
Familiares e amigos do indígena Melquesedeque Santos, morto durante um assalto na noite dessa quinta-feira (16), em Manaus, fizeram uma manifestação pedindo justiça. O ato aconteceu na Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé, na Compensa.
O jovem era sateré mawé, tinha 20 anos e morava, desde do início da pandemia da Covid-19 na capital, com a mãe. Segundo o tio dele, Rucain Vilacio, a família recebeu a notícia por meio de mensagens em um aplicativo.
“Eu também trabalho na mesma loja e estava fechando a loja quando meus colegas falaram que tinham matado um colega nosso no ônibus. Depois chegou a foto do crachá e eu desabei. Não consegui acreditar no que estava vendo”.
O indígena contou que Melquesedeque estava em contato com a mãe, contando sobre o dia de trabalho, quando deixou de enviar novas mensagens, o que despertou preocupação.
“Ele estava feliz porque tinha começado a trabalhar e nesse trajeto vinha conversando com a mãe por mensagem. E aí do nada ele parou de responder. Ela começou a mandar mensagem preocupada: “Cadê você meu filho? Você está demorando muito”, quando um parente nosso ligou e deu a notícia para ela”, contou.
Rucian contou que a mãe do jovem o aguardava com uma cesta básica, que tinha ganhado por ocasião do natal e que estava feliz para compartilhar a notícia com o filho.
“Ela estava muito feliz, e disse que tinha essa surpresa para ele, que era a cesta de natal. Ele também estava feliz, porque tinha começado a trabalhar e um dia antes tinha recebido o crachá da empresa”.
O tio também contou que o jovem não tinha o costume de andar de ônibus, pois não conhecia a cidade. Mas, por conta da falta de dinheiro, passou a usar o transporte coletivo: “Ele não conhecia a cidade, então usava aplicativo. Só que o dinheiro começou a ficar curto e ele começou a ir e vir de ônibus”.
Questionado sobre a personalidade do jovem, o tio contou que o menino costumava ficar em casa e ajudava a família.
“Era um menino muito bom, veio para Manaus nos ajudar, fazia artesanato, estava feliz porque tinha começado a trabalhar e era um menino que não saía de casa, vivia aqui conosco. Já chorei, passei a noite chorando, não tenho mais lágrimas e nem voz. Estou destruído”.
FONTE: Por G1 AM