Com a Selic subindo, atratividade da renda fixa, que acompanha a taxa básica, fica maior
Ações de empresas que fizeram IPO (Oferta Pública Inicial, sigla para abertura de capital) em 2021 estão caindo bem mais que a média da bolsa.
De acordo com a Economatica, 46 empresas estrearam na bolsa este ano, e, na mediana, tirando os outliers (que fogem muito da tendência da maioria), as ações das novatas tiveram desempenho negativo de 27,43% desde a estreia.
Como base de comparação, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa, acumula uma queda de 13,61% no ano.
Muitas das ações estreantes são do setor de tecnologia, que sofrem mais com a alta dos juros.
Com a taxa Selic subindo, a atratividade da renda fixa que acompanha a Selic, fica maior. Fica mais fácil ganhar dinheiro com investimentos mais conservadores e que, portanto, apresentam menos riscos.
Muitas das ações estreantes são do setor de tecnologia, que sofrem mais com a alta dos juros.
Com a taxa Selic subindo, a atratividade da renda fixa que acompanha a Selic, fica maior. Fica mais fácil ganhar dinheiro com investimentos mais conservadores e que, portanto, apresentam menos riscos.
A maior queda no período foi da Westwing, de -71,69%. A análise de que essas ações estão caindo mais do que a bolsa foi feita pelo economista chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi.
As ações estreantes entram nesta equação e caem mais justamente por serem mais arriscadas. Além da Westwing, a Ocean Pact caiu quase 71%; Mobly teve queda de 70%; Dotz caiu 66% e o Get Ninjas, 65%.
Outro motivo para o desempenho negativo tem a ver com o cálculo de quanto estas empresas podem valer no futuro.
Quando os analistas fazem cálculos para avaliar uma ação, eles levam em conta a taxa básica de juros, a Selic. Ela entra como uma taxa de desconto sobre os fluxos futuros das ações, trazidos a valor presente.
Portanto, quanto mais altos os juros, maior o desconto e menos interessantes ficam as ações.
E isso prejudica especialmente as ações de techs, porque boa parte dos fluxos delas está no longo prazo, então o efeito dos juros no longo prazo fica mais prejudicial.
Conforme explica o economista-chefe da Nova Futura, um real hoje, não vale um real amanhã, é por isso que os juros entram no cálculo como uma taxa de desconto.
“E tem ainda um efeito indireto: a alta de juros desacelera atividade econômica e reduz fluxo de caixa lá na frente. Os juros mais altos também acabam prejudicando dessa forma”, diz Borsoi.
FONTE: Por CNN