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José Melo revela que pensou em se matar ao ser chamado de ‘ladrão’

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FOTO: Reprodução

O ex-governador José Melo (Pros) afirmou, em entrevista concedida à TV Tiradentes, de Manaus, na manhã desta segunda-feira (8), que pensou em se matar após perder o mandato de governador do Amazonas e ser preso na Operação Maus Caminhos, em 2017. Segundo ele, o apego a uma criança recém-nascida o fez desistir de consumar o ato.

José Melo se tornou governador do estado em abril de 2014, após Omar Aziz (PSC) se afastar do cargo para disputar uma vaga ao Senado Federal. No mesmo ano, foi reeleito para o quadriênio 2015-2018. Entretanto, Melo perdeu o mandato em 2017 no âmbito de uma investigação sobre compra de votos na eleição de 2014.

Em dezembro de 2017, ele e a esposa, Edilene Gomes, foram alvos de prisão na Operação Estado de Emergência, a terceira fase da Maus Caminhos, deflagrada pela Polícia Federal e MPF (Ministério Público Federal). O ex-governador foi investigado no caso sobre desvio de R$ 104 milhões da Saúde do Amazonas.

Melo disse que o pensamento em tirar a própria vida se deu após ele ter sido chamado de “ladrão” em uma agência bancária. Na ocasião, ele estava tentando abrir uma conta bancária no Banco do Brasil, pois teve a sua conta no Bradesco encerrada unilateralmente – o caso foi parar na Justiça, que autorizou o banco a prosseguir com a extinção.

“Fui ao Banco do Brasil para abrir uma nova conta. Ao subir as escadas do Banco do Brasil, uma pessoa disse assim: “E aí, Zé Melo, Ladrão da Saúde. Está indo botar os milhões que tu roubaste?”. Eu me virei para falar com essa pessoa. (A pessoa estava) em um carro, ele arrancou e foi embora. Voltei pra casa e não conseguia dormir”, disse Melo.

“Desci para o escritório. Escrevi 110 laudas até as cinco da manhã. Hoje, sei que Deus existe e o diabo também. Naquelas 110 laudas estava toda a história da minha vida e de todos os políticos com quem eu convivi. Uma herança maldita para os meus filhos e para mim, do ponto de vista espiritual, pois eu iria para o inferno. Ia me matar”, completou Melo.

De acordo com o ex-governador, no dia em que consumaria o ato foi comunicado por Edilene que a sobrinha do casal teria que ficar na casa deles por algum tempo, pois a mãe da criança teria que passar mais tempo no hospital. Melo disse que passou a se apegar à criança e esqueceu da carta que havia deixado na gaveta.

“Ia deixar um estrago muito grande. Onze da manhã a Edilene me acordou e disse: ‘a minha irmã teve uma filha, abriu os pontos dela e a criança vem pra cá’. E ela veio. E eu tinha colocado aquilo que eu tinha escrito dentro de uma gaveta para no dia seguinte dar o destino. Aí eu me apeguei à criança. Esqueci daquilo”, afirmou Melo.

Algum tempo depois, conforme o governador, ele abriu a gaveta e encontrou a carta que havia redigido, mas rasgou e queimou. “Eu rasguei porque conheci Deus. Eu fui salvo por aquela criança. Quando ela chegou, eu a vi e a peguei. Esse documento passou 30 dias na minha gaveta sem eu me lembrar que tinha escrito”, disse Melo.

Para o ex-governador, essa fase agora ficou no passado. “Isso é apagado da minha vida, nunca mais eu quero saber disso. Não queira saber o que é conhecer o inferno. Os piores dias não foram na prisão. Este foi o pior dia. Na minha cabeça passou os amigos, os inimigos, as traições, eu botei em um papel. Era uma herança maldita”, afirmou Melo.

Apesar de afirmar que foi vítima de ex-aliados, Melo justificou o silêncio citando sua criação. “O culpado disso é meu pai porque ele me ensinou a ser assim. Ele me ensinou que, por exemplo, a gente tem uma amizade. De repente nós dois brigamos e você me vira as costas, eu não tenho natureza para falar o que aconteceu quando éramos amigos”, disse.

Melo anunciou que é pré-candidato a deputado estadual na eleição de 2022. Ele disse que ainda continua no Pros, o partido pelo qual venceu a disputa de 2014. Segundo o ex-governador, sua bandeira é a defesa de novas matrizes econômicas ambientais para o Estado do Amazonas.

FONTE: Por AMAZONAS ATUAL

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