Engenheiro Flávio Rodrigues foi morto em setembro de 2019 em Manaus.
Este mês de setembro, completa dois anos do homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues, que tinha 42 anos e foi encontrado morto após ser levado de um condomínio de luxo em Manaus. A família acompanha a retomada das audiências sobre o caso nesta quarta-feira (1º).
“Esperamos que seja concluída essa audiência de instrução com indiciamento das pessoas que realmente tiveram alguma participação direta ou indireta no assassinato do meu irmão. Quem omitiu, mentiu e matou, que todos respondam pela morte”, disse Aline Santos de Almeida, irmã do engenheiro.
A família veste blusas com o nome e fotos do engenheiro. Eles não podem acompanhar a audiência, mas afirmam que as advogadas, que eram amigas da vítima, representam todos os parentes.
“Essa é a nossa parte, acompanhar ao lado de fora, é o que a gente pode fazer, ninguém pode entrar. Esperamos que esse caso seja logo resolvido, é o pedido da minha mãe todos os dias”, contou a irmã.
O crime ocorreu em setembro de 2019 e tem como réus José Edvandro Martins de Souza Júnior, Mayc Vinícius Teixeira Parede, Alejandro Molina Valeiko e Paola Molina Valeiko – filhos da ex-primeira dama de Manaus, Elizabeth Valeiko – e Elizeu da Paz de Souza. (Veja detalhes abaixo)
Retomada da audiência
A audiência de instrução foi retomada nesta quarta-feira (1º). O juiz Celso Souza de Paula ouve testemunhas de defesa que não foram ouvidas no último mês de julho – por não terem comparecido à audiência – e, por último, fará o interrogatório dos réus. De acordo com o juiz de direito titular da 1ª. Vara do Tribunal do Júri, serão interrogados primeiro os réus presos e depois os réus que respondem em liberdade.
“Vamos ouvir as testemunhas faltantes e depois iniciar os interrogatórios dos cinco acusados. Marcamos três dias de audiência, justamente se demorar os depoimentos das testemunhas, e também os interrogatórios”, explicou o juiz.
Segundo o juiz, cerca de oito testemunhas devem ser ouvidas nesta quarta, incluindo o cozinheiro Vittorio Del Gato, que foi preso na época do crime, mas recebeu liberdade e foi dispensado pelo Ministério Público. “A defesa ficou de apresentá-lo hoje para ser ouvido”, completou o juiz.
Em julho deste ano, ocorreu a audiência que ouviu as testemunhas e peritos. Havia a expectativa de que as audiências fossem concluídas ainda naquele mês, com o interrogatório dos réus. Mas, segundo o próprio Tribunal, as defesas de alguns deles insistiram no depoimento de novas testemunhas que ainda não tinham sido localizadas, por isso as audiências foram remarcadas para este mês.
Quem são os réus
- Alejandro Valeiko; que vai responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, omissão penalmente relevante e ocultação de cadáver;
- Elizeu da Paz de Souza, policial militar que estava lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e, conforme investigações, seria segurança de Alejandro; responde por homicídio triplamente qualificado, fraude processual, tentativa de homicídio e ocultação de cadáver;
- Mayc Vinicius Teixeira Parede – que confessou o crime e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e ocultação de cadáver;
- Paola Valeiko Molina deve responder por fraude processual.
- José Edvandro Martins de Souza Junior; que responde por denúncia caluniosa;
Crime aconteceu durante festa em condomínio de luxo
O homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos ocorreu no dia 29 de setembro de 2019, após uma festa na casa de Alejandro Molina Valeiko, filho da primeira dama, Elizabeth Valeiko. Segundo a polícia, os amigos estavam na casa de Alejandro Valeiko bebendo e usando drogas.
De repente, começou uma discussão, seguida de agressões com facas. O engenheiro Flávio dos Santos foi esfaqueado e morreu.
Ainda de acordo com a polícia, Santos foi encontrado morto no bairro Tarumã, no dia seguinte. O local onde estava o corpo fica próximo à casa de Alejandro
De acordo com as investigações, o policial militar Elizeu da Paz de Souza, que estava lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e seria segurança de Alejandro, estava dirigindo um carro alugado da Prefeitura. A polícia diz que o PM Elizeu de Souza foi até o condomínio, colocou o corpo no carro da Prefeitura de Manaus e saiu do local da festa.
Lutador de MMA, Mayc Parede confessou sua participação no crime ao ser preso em 2019, alegando ser o culpado pelas facadas desferidas na vítima. Ele aparece em vídeos de segurança dando entrada no condomínio onde ocorreu o crime.
FONTE: G1 AM