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Pedreiro que teve família inteira infectada por rabdomiólise no AM lamenta surto: ‘Minha mãe infelizmente não resistiu’

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Foto: Reprodução

Até segunda-feira (30), Amazonas confirmou 44 casos da doença e uma morte. Surtos semelhantes foram registrados em 2008 e 2015.

O Amazonas voltou a registrar, pela terceira vez, um novo surto de rabdomiólise, síndrome associada à “doença da urina preta”. Até segunda-feira (30), 44 casos foram confirmados.

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A auxiliar de serviços gerais, Maria de Nazaré Monteiro, de 51 anos, morreu com a doença na madrugada de sábado (28). Essa foi a primeira morte por rabdomiólise no estado, considerado os outros surtos.

“Ela gostava de ir para igreja. Ela vivia do trabalho para igreja, da igreja para casa. Minha mãe infelizmente não resistiu a essa doença”, lamentou o filho dela, o pedreiro Jovane Monteiro, de 29 anos.

Em entrevista à Rede Amazônica, Jovane informou que teve a família inteira contaminada pela rabdomiólise. O pai, a mãe, os dois irmãos, a cunhada e uma sobrinha. De acordo com ele, todos tiveram os sintomas após consumo de peixes.

“A minha mãe não conseguia falar não conseguia andar, ela só tava gemendo no leito e o papai no outro leito, gritando de dor. Mas minha mãe não tava sentindo dores antes de comer esse peixe. Ela tava normal, não tinha nenhum tipo de problema”, relatou.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informou que essa é a terceira vez que ocorrem surtos de rabdomiólise no Amazonas.

  • O primeiro foi em 2008, com 27 casos nas cidades de Manaus e Careiro.
  • O segundo foi em 2015, com 74 casos registrados em Manaus, Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte, Autazes e Urucurituba.
  • Em 2021, até então, são 44 casos, oriundos das cidades, Itacoatiara, Manaus, Caapiranga, Autazes, Parintins e Silves.

Até então, 34 casos foram registrados em Itacoatiara, quatro casos em Silves, dois em Manaus, dois em Parintins, um em Caapiranga e um em Autazes. Na segunda-feira (30), seguem internadas 10 pessoas adultas.

Autoridades não recomendam suspensão de consumo de peixes

Nesta segunda-feira, o infectologista da Fundação de Medicina Tropical (FMT), Antônio Magela, informou que não há indicação para a suspensão do consumo de peixes no Amazonas, por causa dos casos de rabdomiólise em investigação.

“O importante é entender que se formos comparar o nível de consumo de peixe com o número de casos, a gente vê que é uma relação mínima, porém, não menos preocupante. Qualquer situação que coloque em risco a saúde das pessoas deve ser avaliada com cuidado, as pessoas devem ser tratadas da maneira mais adequada possível e temos que ter preocupação também com o aspecto econômico e nutricional”, disse o infectologista.

Segundo a FVS, a rabdomiólise pode ser desencadeada por múltiplas causas. Pode ser por um medicamento, por um metal pesado, uma atividade física extenuante, após convulsões ou pela ingesta de toxinas.

Sobre a doença

A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de substâncias intracelulares para a circulação sanguínea.

Ocorre normalmente em pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de alimentos contaminados, que incluem o pescado. O quadro clínico da doença pode incluir elevações assintomáticas das enzimas musculares séricas (creatinina-fosfoquinase – CPK).

O tratamento depende da gravidade do caso, pode ser feito em internação hospitalar ou no domicílio do paciente. Qualquer unidade hospitalar do estado pode tratar pacientes com essa condição.

FONTE: Por G1 AM, com colaboração de Marcelo Moreira, da Rede Amazônica.

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