De 1.º de janeiro até 23 de agosto, monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais focos de incêndio do que o total registrado nos oito primeiros meses completos de 2020.
Cerrado, Caatinga, Pantanal, Amazônia e a Mata Atlântica contabilizaram mais focos de incêndio nos primeiros 23 dias de agosto do que os outros índices mensais do ano. Ou seja, cinco dos seis biomas brasileiros registraram mais queimadas em agosto do que nos outros meses de 2021.
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A informação é da análise da CNN feita com base nos dados do monitoramento de queimadas realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além disso, três desses biomas – Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica – contabilizaram de 1.º de janeiro até 23 de agosto de 2021 mais focos de incêndio do que o total registrado nos oito primeiros meses completos de 2020.
No Cerrado, de 1.º de janeiro até 23 de agosto, foram contabilizados 27.542 focos de incêndio. Mesmo que o mês não tenha acabado, o total registrado neste período é maior que o contabilizado de 1.º de janeiro até 31 de agosto de 2020: 24.205. Em menos de um ano, o crescimento de pontos de queimadas foi de 13,7%.
Apenas de julho para agosto, o total de focos cresceu 58,4%, saltando de 6.955 para 11.019. Agosto de 2021 também apresentou crescimento de 8,5% quando comparado com o mesmo mês em 2020, que registrou 10.155 focos.
Já na Caatinga, os dados de 1.º de janeiro até 23 de agosto indicam 3.326 focos de incêndio. Esse número é 102,4% maior do que os 1.643 registrados nos primeiros oito meses completos de 2020.
Apenas nos primeiros 23 dias de agosto deste ano, os satélites do Inpe identificaram 1.216 pontos de queimadas – maior total mensal (mesmo que o mês não tenha acabado) em 2021. Quando comparado com o mês completo de agosto de 2020 (838 focos), neste ano o total cresceu 45,1%. De julho para agosto, o total de focos cresceu 142,7%, saltando de 501 para 1.216.
No Pantanal a situação não está crítica quanto o ano anterior (pior na série histórica para o bioma e um dos episódios mais dramáticos no meio ambiente do país), mas apresentou uma piora de julho para agosto. Os focos de incêndio registrados no bioma saltaram de 508 para 1.336 de um mês para o outro, apresentando crescimento de 162,9%. No ano passado, o total registrado em agosto foi de 5.935.
O cenário é mais positivo no Pampa, que apresentou queda no número de focos de incêndio registrados em agosto deste ano em comparação com o mesmo mês em 2020: de 380 para 186, apresentando, portanto, diminuição de 51%. Apenas neste ano, agosto contabilizou menos focos que julho (224) e maio (234), por exemplo.
Já na Amazônia, a situação é crítica e o bioma concentra o maior número de focos de incêndio entre os seis do Brasil. De 1.º de janeiro até o dia 23 de agosto deste ano, foram registrados 33.668 focos de incêndio.
Mesmo com dados apenas até o 23.º dia, agosto de 2021 já acumula o pior índice mensal do ano: 22.301 pontos de queimadas. De julho para agosto, os focos registrados saltaram de 4.977 para 22.301, um crescimento de 348%.
No entanto, o bioma apresenta um cenário menos grave que o do ano anterior. Em agosto de 2020, foram 29.307 focos de incêndio e, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, foram 44.013.
Na Mata Atlântica, 2021 contabilizou 10.634 focos de incêndio de 1.º de janeiro até 23 de agosto. Esse número é 9,9% maior do que os 9.668 focos registrados ao longo dos oito primeiros meses completos de 2020.
Em 2021, agosto já é o mês com mais queimadas no bioma – mesmo que o mês não tenha terminado. Até o dia 23, foram 4.062 focos de incêndio identificados pelos satélites do Inpe na Mata Atlântica. De julho para agosto, o crescimento foi de 44%, saltando de 2.820 para 4.062.
Como o mês ainda não terminou, é provável que o índice de agosto de 2021 supere os 4.079 registrados no mês em 2020. Mesmo com apenas os primeiros 23 dias contabilizados, o registrado neste mês já superou a média histórica de 4.028 focos calculados para agosto.
Área queimada em 2021
Segundo dados de áreas devastadas pelas queimadas em 2021, até julho deste ano o Inpe identificou 59.048 km² afetados dentre os seis biomas brasileiros. Os dados são do mapa de área queimada elaborado pelo órgão.
O bioma mais afetado foi o Cerrado, com 34.478 km² queimados. Em seguida, estão a Amazônia, com 8.333 km², e a Mata Atlântica, com 7.746 km². A Caatinga aparece em quarto, com 5.378 km², seguida pelo Pantanal, com 2.095 km², e pelo Pampa, com 1.018 km².
FONTE: CNN BRASIL