PetroRio, Eneva e 3R são algumas produtoras de petróleo que ganharam relevância na B3 nos últimos anos
A Petrobras (PETR4, PETR3), maior empresa do Brasil, continua sendo uma das ações mais recomendadas e mais negociadas da B3, a bolsa de valores brasileira, e está longe de perder estes postos.
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Nos últimos anos, porém, uma série de outras petroleiras foram ganhando relevância na bolsa. Algumas são resultados de antigos nomes listados e que se reestruturaram – caso da PetroRio (PRIO3), que nasceu em 2015 sobre a falida HRT, e da Enauta (ENAT3), versão repaginada da antiga Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).
Outras acabaram de chegar: é o caso da 3R Petroleum (RRRP3), resultado da fusão de outras petroleiras, que estreiou na bolsa em novembro do ano passado.
A Dommo (DMMO3), também uma tentativa de vida nova para a OGX, antiga empresa do grupo de EIke Batista, e a PetroRecôncavo (RECV3), que fez seu IPO em março deste ano, também completam a lista.
Todas estão focadas no mesmo setor que é a primeira e principal atividade da Petrobras: a exploração e produção de petróleo. Isso resulta em mais opções de empresas de um mesmo setor para os investidores selecionarem para suas carteiras.
Tamanho é documento
A veterana Petrobras tem a seu favor o gigantismo, o que significa altos volumes de negociação e uma chance pífia de falir caso alguma parte do negócio não dê certo, como aconteceu com outras menores como a OGX e a HRT.
É essa força do tamanho que continua lhe garantindo ser a mais recomendada nas carteiras de ações de corretoras e a mais negociada por gestores de fundos de investimentos e grandes investidores.
Por outro lado, o peso do dono – o governo brasileiro – e o constante medo de intervenção é um velho problema da estatal, o que não raras vezes desemboca em quedas abruptas de suas ações na bolsa.
Para muitos, é justamente este o problema que a proliferação recente de concorrentes na bolsa soluciona: não é preciso mais ter só Petrobras para ter petróleo na carteira.
Destino dos grandes investidores
“Um cenário de alta do petróleo é bom para todas. Mas a Petrobras tem uma liquidez que as outras não têm e, por isso, é o caminho natural”, diz Pedro Galdi, analista de investimos da Mirae Asset. “O grande investidor não vai ficar comprando papéis pequenos, até porque eles nem têm porteira para isso.”
A liquidez é medida pelo volume de dinheiro que cada ação movimenta diariamente em operações de compra e venda. Ações com poucos investidores e pouco fluxo significam que as grandes operações, como as dos grandes fundos nacionais e globais, terão dificuldades para serem concluídas, já que são veículos que compram e vendem blocos de milhões de reais em ações de uma vez.
Nas empresas pequenas, eles podem ter dificuldade de encontrar comprador para tudo o que têm a desovar e acabar com os papéis emperrados na carteira, ou então vendidos com descontos.
Para os pequenos investidores, que fazem operações de algumas poucas centenas ou milhares de reais, essa dificuldade é quase nula e a liquidez não precisa ser um grande critério na escolha das empresas.
Galdi, da Mirae Asset, lembra, porém, que será para a Petrobras que os grandões continuarão indo, e esse fluxo de capitais muito maior acaba fazendo diferença no desempenho das ações, já que é justamente a maior entrada de dinheiro e de investidores que faz os preços das ações subirem.
Para Galdi, o pacote trilionário de investimentos em infraestrutura dos Estados Unidos “vai espirrar dólar para todos os lados, e os preços do minério e do petróleo podem subir”.
“O fluxo de investimento estrangeiro será enorme, mas eles não virão aqui comprar PetroRio. Vão comprar Petrobras. É ela a grande oportunidade para quem quer se posicionar em Brasil.”
Ainda surfando na onda de alta do preço das commodities no mercado internacional, a Petrobras está há meses e continua mantida na carteira de recomendações da Mirae a seus clientes.
Fuga das intervenções
Para Bruce Barbosa, sócio-fundador da casa de análises Nord Research, não há razão para um investidor continuar com seu dinheiro na Petrobras.
“Não faz sentido nenhum comprar Petrobras, uma empresa envolvida com o governo e que, com o preço do petróleo e do dólar lá em cima, pode muito bem ter intervenções para subsidiar o consumidor em um ano de eleição”, disse ele.
“Ela só é muito recomendada porque é a maior, a mais conservadora, tem um grande peso no Ibovespa, e quem tem medo de ter uma carteira com desempenho pior do que o Ibovespa vai nela.”
Atualmente, a principal indicação da casa é a PetroRio, uma das principais surpresas da bolsa dos últimos anos: ela subiu 112% em 2020, uma das maiores altas do ano, e, em 2021, já subiu mais 33% desde janeiro até aqui.
Foi a PetroRio que consolidou uma estratégia que tem se provado eficiente para as novas entrantes da indústria do petróleo: adquirir essencialmente campos já maduros, isto é, já mapeados e em produção. Isso tira do negócio os riscos da prospecção e exploração, que são a busca por novas reservas.
“O preço da ação segue o resultado da empresa; as ações dela já subiram muito, mas os resultados sobem ainda mais”, diz Barbosa. “A PetroRio é hoje uma empresa que tem caixa e está pronta para comprar um novo campo de petróleo e expandir. Mesmo que o preço do petróleo caia, ela vai continuar crescendo em produção.”
FONTE: CNN BRASIL