Atleta se recusou a voltar para país de origem após ordem da delegação
Uma atleta da Bielorrússia no cerne de um impasse olímpico com seu próprio país entrou na embaixada da Polônia no Japão nesta segunda-feira (2), um dia depois de recusar ordem da equipe bielorussa para embarcar em um voo para casa, e recebeu visto humanitário do governo polonês.
A velocista Krystsina Tsimanouskaya, de 24 anos, planeja deixar o Japão em direção à Polônia nos próximos dias, disse à Reuters o ministro adjunto das Relações Exteriores da Polônia Marcin Przydacz. Ela está “segura e em boas condições” depois de entrar na embaixada na manhã desta segunda-feira (2), segundo ele.
Outro ministro adjunto das Relações Exteriores, Pawel Jablonski, afirmou: “Posso confirmar que emitimos um visto humanitário. Posso confirmar que forneceremos todo o apoio necessário na Polônia se ela desejar usá-lo”.
Tsimanouskaya competiria nas eliminatórias femininas dos 200 metros nesta segunda-feira (2), mas ela disse que no domingo (1º) foi levada ao aeroporto para embarcar em um voo da Turkish Airlines.
Ela se recusou a embarcar, dizendo à Reuters: “Não vou voltar para Bielorrrússia”.
O incidente chamou a atenção novamente para a discórdia política na Bielorrússia, uma ex-República soviética que é governada pelo presidente Alexander Lukashenko.
A polícia local reprimiu a dissidência após uma onda de protestos desencadeada por uma eleição no ano passado que, segundo a oposição, foi fraudada para mantê-lo no poder.
A atleta parou diante da embaixada em uma van prateada sem identificação perto das 17h locais (5h no horário de Brasília). Ela saiu com sua bagagem olímpica oficial e cumprimentou duas autoridades antes de entrar nas dependências.
Duas mulheres, uma delas portando a bandeira vermelha e branca considerada o símbolo da oposição em Bielorrússia, foram aos portões para apoiá-la.
O marido de Tsimanouskaya, Arseni Zhdanevich, se juntará a ela na Polônia, disse um político da oposição bielorrussa baseado em Varsóvia.
FONTE: Por Gabrielle Tétrault-Farber e Antoni Slodkowski – Tóquio/ Reportagem adicional de Karolos Grohmann, Ilya Zhegulev e Margaryta Chornokondtratenko, Chang-Ran Kim-Reuters