Shádia Fraxe classificou algumas declarações de Mayra como “inverídicas” e afirmou que UBSs da capital nunca interromperam o atendimento na crise
A secretária de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, rebateu, na tarde de terça-feira (25), afirmações feitas pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, em depoimento na CPI da Covid, no Senado Federal.
Mayra fez críticas à condução da Semsa ao enfrentamento da pandemia em Manaus. Ela também desmentiu o ex-ministro Eduardo Pazuello e afirmou que ele soube de crise do oxigênio no Amazonas dois dias antes da data informada pelo mesmo.
Em depoimento à CPI, Mayra afirmou que encontrou “desassistência e caos” em unidades básicas de saúde da capital, e que havia unidades fechadas.
A secretária de saúde de Manaus rebatou, em nota, que as unidades nunca interromperam o atendimento. Segundo Shádia, também não houve desabastecimento de remédios nas UBSs.
Ela ressaltou que o Município ampliou para 22 o número de unidades preferenciais para atendimentos a casos suspeitos de Covid, restabelecendo o funcionamento de três Unidades Básicas de Saúde móveis, também exclusivas para assistência em Covid-19.
“Além disso, embora as demais unidades não fossem preferenciais para Covid-19, também acolhiam e orientavam as pessoas que buscassem atendimento, encaminhando-as para as unidades preferenciais ou para a rede hospitalar”, informou a titular da Semsa, por meio de assessoria.
Sobre a acusação de haver UBSs fechadas, Shádia Fraxe explicou que a Semsa tem unidades de saúde do tipo “casinha”, de 32 metros quadrados, ainda em funcionamento, mas que grande parte já foi desativada em razão da precária estrutura.
Testes de Covid
Outro ponto contestado pela titular da Semsa foi a afirmação de que, na época, havia uma demanda reprimida de 2 mil testes para Covid-19. Segundo ela, os testes estavam represados no Lacen (Laboratório Central do Estado do Amazonas), único a realizar a leitura da coleta feita pelas unidades básicas e outras unidades hospitalares, no âmbito público, do tipo RT-PCR.
“Apesar da alta demanda, em 90 dias, de janeiro a março, realizamos mais de 100 mil testes rápidos. Não houve falta de material para testagem dos suspeitos em nossas unidades. O que houve foi a adoção de medidas criteriosas para a realização de RT-PCR, diante de quadro clínico adequado à realização desse tipo de exame, para justamente evitar o represamento que estava ocorrendo”, disse Shádia.
A secretária municipal de Saúde classificou como inverídicas, ainda, as declarações de Mayra Pinheiro sobre a inexistência de triagem de pacientes nas UBSs e de falta de acompanhamento de doentes com Covid-19, em tratamento domiciliar. Além disso, rebateu declarações de Mayra sobre falta de controle e gerenciamento de crise.
“É mais uma informação improcedente. Desde o início da pandemia a Semsa adotou entre outras, medidas como a elaboração de um Plano de Contingência, que vem sendo atualizado de acordo com cada cenário; a reorganização da carteira de serviços das unidades básicas de saúde, para segregar síndromes gripais; e o estabelecimento das unidades preferenciais para Covid-19, rapidamente compreendido pela população. Em cada unidade foi criada uma sala denominada ‘Sala de Atendimento Oportuno’, onde os casos que exigissem internação, aguardassem a remoção pelo Samu, também gerenciado por nós”, informou.
FONTE: G1 AM