Apesar de viverem cercadas por rios e igarapés, muitas comunidades indígenas ainda convivem com a falta de água potável nas casas.
Na região do Alto Solimões, um dos presentes que os indígenas gostariam de ganhar é o direito constitucional de ter água tratada em suas casas. No total, 85% das 240 aldeias da região não têm sistema de água potável.
O Amazonas tem a maior bacia hidrográfica do mundo, mas toda essa extensão de água doce não garante a milhares de indígenas o acesso a um direito básico.
Apesar de viverem cercadas por rios e igarapés, muitas comunidades indígenas ainda convivem com a falta de água potável nas casas.
Na casa do índio tikuna Francisco Ramos, a água consumida pela família é da chuva. Todos os dias de manhã e à tarde, as indígenas Gilsa Mariano e Evangelina Inácio caminham até o igarapé da Aldeia São Leopoldo para pegar água. Na casa delas não há água tratada. Na língua nativa, elas reclamam que há sete anos aguardam o término da obra do sistema de saneamento básico.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O cacique da aldeia traduz em português o anseio de cerca de 160 famílias da comunidade.
Já na comunidade de Belém do Solimões a realidade é outra. Desde 2019, os mais de cinco mil indígenas recebem água tratada do rio na maioria das 750 residências. O indígena tikuna Neturno Pereira Tenazor é um dos responsáveis pelo sistema de abastecimento. Para ele a chegada da água potável na aldeia melhorou a qualidade de vida da população.
Sobre o atraso da obra no sistema de bastecimento de água na comunidade São Leopoldo, a expectativa da Sesai é que os trabalhos sejam retomados no fim deste semestre.
Para tentar levar água tratada aos mais de 70 mil indígenas da região, o Dsei do Alto Solimões planeja construir até dezembro novos poços artesianos e melhorar a infraestrutura dos sistemas já existentes nas aldeias. Para milhares de indígenas que ainda sofrem com o problema, fica a esperança de um dia ter o direito a água potável conquistado no interior do Amazonas.
FONTE: Roney Elias, da Rede Amazônica