Fundo Russo de Investimento Direto confirmou acordos com laboratórios na Itália, na Espanha, na França e na Alemanha para a fabricação do imunizante
A produção na União Europeia (UE) da Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19, começará no verão do Hemisfério Norte – entre junho e setembro –, disse o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) à CNN na terça-feira (9).
Um porta-voz da RDIF disse que foram negociados acordos com produtoras de vacinas na Itália, na Espanha, na França e na Alemanha para a fabricação do imunizante.
O fundo soberano russo fechou um acordo com a empresa ítalo-suíça Adienne para produzir o Sputnik V na Itália, disse o porta-voz.
A Câmara de Comércio Russo-Italiana divulgou um comunicado na segunda-feira saudando o acordo, que tornaria a Itália o primeiro país da UE a produzir a vacina russa.
A organização afirmou que a produção pode começar em julho, criará novos empregos e permitirá que o país controle todo o processo de produção. A parceria prevê a produção de 10 milhões de doses até o final do ano.
A notícia foi confirmada depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), órgão que autoriza a produção e o uso de medicamentos na UE, anunciou na semana passada o início da revisão contínua dos dados da Sputnik V.
A revisão contínua foi uma resposta às reclamações sobre a lenta análise da vacina pela Comissão Europeia, o que fez com que alguns estados-membros do bloco aprovassem unilateralmente a vacina russa.
Na terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou os comentários da presidente da EMA, Christa Wirthumer-Hoche, que comparou a ideia de emitir uma autorização de emergência para a Sputnik V com “jogar roleta russa”.
Os desenvolvedores da Sputnik V também publicara mensagem no Twitter, exigindo um pedido de desculpas de Wirthumer-Hoche, dizendo que “seus comentários levantam sérias questões sobre uma possível interferência política na revisão em andamento da EMA”. “A Sputnik V já foi aprovada por 48 países”, acrescentaram.
FONTE: Matthew Chance, Zahra Ullah, Sharon Braithwaite e Stephanie Halasz, da CNN